Era uma vez uma menina, de 14/15
anos que achava que sabia muito da vida, mas que na verdade não sabia era nada,
uma menina que cresceu que aprendeu muitas coisas e por isso sabe hoje que
ainda tem MUITO pra aprender. Uma menina que tinha alguns sonhos escondidos,
guardados num lugar que poderiam ficar guardados a vida toda, ou tornar-los
realidade, mas essa menina não tinha noção alguma que poderia tornar aqueles
sonhos realidade e então deixava eles lá, num cantinho do coração, guardados, ás
vezes “mexia” neles, lembrava deles, mas logo depois pensava “é só um sonho”.
Então essa menina conheceu
algumas bandas, não apenas uma, e essas bandas entre seu principal “discurso”
está lutar pelos seus sonhos, e ela foi se encantando cada dia mais, essas
bandas foram conquistando o coração daquele menina que usava seu coração para
“esconder sonhos”.
Eis que além de escutar as
músicas de uma dessas bandas, a menina passou a se interessar mais pela
história da mesma e essa banda se tornou a principal banda quando o assunto era
ter ídolos, essa menina começou a entender o significado da palavra ídolo,
começou a correr atrás de conseguir mesmo que por segundo chegar mais perto
desses ídolos. E esses ídolos, esses ídolos se mostravam pessoas “normais”.
Como esquecer da primeira vez que um “ídolo” falou com você? Ta certo, não foi
um “falar” foi uma simples reply no twitter, mas quem é fã, quem é fã sabe o
valor que isso tem e aquele “boa tarde” jamais será esquecido, aquele “boa
tarde” que causou um misto de sentimentos tão bons, que encheu um coração de
alegria e que engrandeceu ainda mais a vontade de conhecer essa banda.
E a vontade de ajudar, de se
tornar parte das conquistas cresceu ainda mais e foi tomando proporções
inimagináveis, e foi ficando tão grande que tudo feito parecia pouco, então
pela primeira vez na vida chegou a hora de assumir uma grande responsabilidade,
uma responsabilidade que na época dava medo, perguntas, incertezas, duvidas,
mas ai o discurso de “não desistir dos sonhos” teve ainda mais sentindo e o
sonho de ajudar a banda que você mais ama se transformou em um fc.
Ai ainda mais essa menina
aprendeu a lidar com preconceito de outros fãs “mais antigos” preconceito de
pessoas que achavam que ter um fc era coisa de “gente desocupada” só que também
aprendeu a passar por cima dessas criticas, aprendeu a valorizar apenas
criticas construtivas. Claro que magoas, sentimentos ruins quando alguém
critica são inevitáveis de sentir, mas isso logo vai embora,e quando a critica
é construtiva você aprende a dar valor, ver se “esta certo ou errado” e até a
voltar atrás em decisões.
Eis que o
grande momento, o momento de tornar um sonho realidade chega, e chega junto
dele a decepção, decepção de não ter ajudado a realizar outro sonho, que era
ganhar um importante e merecido prêmio. No dia anterior ao show, 90% de chances
de não realizar o sonho de ir a um show, apesar de estar tudo quase certo de
conseguir dar um abraço naqueles que se tornaram responsáveis pelas conquistas
dessa menina. O desanimo tomou conta, um show que foi tão sonhado, que tanto
foi falado, aconteceria “perto” e eu não poderia ir? Mas a noite, um dia antes
veio a decepção, decepção da perda de um prêmio que muito votei que muito
sonhei e pedi para que outras pessoas ajudassem a realizar. O prêmio que por um
mês disse que seria comemorado no show do dia seguinte, show esse que eu
naquele momento achava que não iria.
13h do dia
do show, um telefonema que muda tudo, com pouco dinheiro e sabendo apenas como
ir para Porto Alegre decido junto com amigo e na época vice-presidente do fc
arriscar. E naquele dias as coisas também deram erradas, atrasos, e coisas fora
do previsto aconteceram, confesso que diante de tanta coisa dando errada o medo
se tornou maior ainda. Mas seguindo o que aprendi a acreditar, dando “asas aos
meus sonhos” fui pra uma cidade até então desconhecida, sem que meu pai
sonhasse com aquilo, e com um “falso roteiro” do que faria lá, falso, porque
para minha vó e mãe que eram as única pessoas que sabiam que eu iria para um
show em Porto Alegre, eu sabia exatamente onde ir, onde ficar e como voltar pra
casa... Pois é.... Me perdi em porto alegre, viu coisas que nem imaginava, mas
cheguei ao lugar do show, ansiedade tomava conta de mim, poxa veria de perto os
meus ídolos, meu primeiro show, e ainda com a falsa promessa de camarim ao
final do evento. O show terminou, horas na fila esperando para conseguir um
abraço, eu não queria fotos, eu só queria um abraço e tentar falar um pouco da
importância que tinham em minha vida. Mas ao final da fila o que eu vi foram
risos, risos de pessoas que não sabiam quem nós éramos, de pessoas que acharam
engraçado o fato de três crianças (três porque uma amiga do meu amigo se juntou
a gente e crianças porque sim tinhas uma mentalidade de uma criança) estarem em
porto alegre, no meio do nada, esperando por horas pra ver cinco meninos, que
eles não sabiam mas que pra mim tinham extrema importância em minha vida. Liberaram
a entrada do camarim quando não existia mais ninguém lá dentro e então entendi
o porquê dos risos.
Mas coisas
boas tinham acontecido, eu tinha visto de perto aqueles que muito a tempos já
significaram em minha vida, eu PRECISAVA daquele show, precisava liberar a
energia que estava presa em mim, e a emoção sentida, jamais imaginava existir e
não existem palavras que descrevem. Mas ás vezes fãs tem sorte né? E eu tive.
Vi de perto parte da banda que me ensinou a sonhar, nunca vou me esquecer do
sorriso e PRINCIPALMENTE do abraço de cada um! Naquele momento conheci Peres e
Elliot que só comprovaram o que eu achava deles, pessoas maravilhosas,
simpáticas e que trataram bem aqueles pirralhos.
Sem saber
pra onde ir decidimos sair do local do show e então algum tempo depois eu tive
de presente o abraço de outro ídolo, aquele que uma vez deu “boa tarde, tudo
bem?” pra menina do começo dessa história. E sabem o que eu descobri? Que o
meus sonhos eles cada dia mais se tornariam reais, o sonho do abraço de
concretizou e abraçando ele pela primeira vez, eu senti aquele mesmo sentimento
da primeira vez que “falou” comigo.
Show
perfeito e hora de seguir em frente chegou, mais coisas inesperadas vieram e
vieram também a alegria de poder ver os meus “guris” tocando no festival que
pra mim era o mais importante, antes disso tive que fazer coisa que não queria,
tive que sair de onde eu morava, enfim mudar a vida radicalmente. Com 17 anos
descobri que a pior coisa é trabalhar fazendo algo que odeia, mas valeria a
pena? Sim valeria, era pra ver mais uma vez aqueles meninos. E trabalhar no
que não gosta, mas sem baixar a cabeça, foi o que fiz, vergonha? A gente não
pode ter do passado, ‘muita merda eu ouvi’ mas eu cheguei onde queria, consegui
o meu objetivo “em partes” e depois disso já com 18 comecei a realização de um
sonho na época, que era cursar a faculdade no qual eu sonhava em ter. Em
outra cidade, trabalhando, estudando, sem tempo pra nada e sem internet, como
fazer com a primeira responsabilidade que eu tinha na vida? Com muita culpa,
deixei nas mãos de um amigo importante e me atualizava e tentava atualizar o fc
algumas vezes no mês, aquilo doía, doía muito, era como se eu não tivesse
cuidando de um filho meu, e talvez é isso que eu sinta em relação ao rock sul,
como se fosse um filho meu.
Sempre
lutando, sendo “guerreira” que pra mim é isso, lutar pelo que se acredita,
lutar para tornar os sonhos reais, consegui finalmente e internet, consegui
finalmente voltar a atualizar todos os dias e não uma vez na semana, comecei a
me sentir “útil” novamente. Mas ai, ele não era a minha única responsabilidade,
com ele tinha faculdade, tinha trabalho que não era pouco. Afinal com 18 anos,
assumir responsabilidade de “adulto” não é pra nada fácil, mas aquele minha
primeira responsabilidade me guiou a fazer o certo, e eu acho que deu certo né?
Afinal sigo no mesmo caminho.
Um tempo
passou e eu continuei buscando a realização de sonhos, sonhos pequenos e
grandes, em relação a banda ou não. Como é bom fechar os olhos e lembrar de
coisas como, rock in rio, e também de shows no RS. Falando em shows no RS, em
2011 aquele primeiro sonho, de abraçar meus ídolos se tornou completo, conheci
todos, mas não abracei um, tirei a foto e pude comprovar que uma foto não
significa nada, que um abraço é muito mais importante e com toda certeza do
mundo, se me perguntarem o que eu quero escolho um abraço, pois esse momento
não fica guardado pra outras pessoas verem, mas fica guardado no coração pra
você sentir, pra você fechar os olhos quando tudo parecer sem saída, lembrar
com carinho daquele momento, erguer a cabeça e pensar “Eu realizei esse sonho
que achava impossível, pra quem luta por um sonho não existe o impossível”.
Mas as
pessoas crescem, elas mudam e com elas alguns daqueles sonhos também se
modificam. E foi o que aconteceu, eu percebi que aquele “sonho profissional” já
não era o mesmo, que aquela vontade tinha ido embora com o tempo, e depois de
muito pensar, de muitas músicas ouvir, e seguindo o que a seguinte letra diz “Acreditar, sonhar , viver, a vitória só depende de
você. Acreditar que pode ser, sua história é escrita por você” eu tive coragem
pra admitir que meu sonho era outro, tranquei no penúltimo semestre uma
faculdade, fiz o que pra muitos foi a maior loucura da minha vida até então, e
hoje, sabe o que eu sou? Eu sou feliz com a escolha que fiz, se eu posso
escrever a minha história, eu vou escrever ela do meu jeito, da minha maneira,
sem me importar pro que os outros vão dizer.
Acho que todos perceberam que eu sou a menina do começo
da história e também que a banda que falo aqui é o Gloria, talvez eu não
consiga explicar o porquê estou escrevendo isso, talvez vocês não entendam o
porque disso, talvez nem eu mesma entenda, mas eu precisava escrever isso.
Muitos me perguntam o porque desse amor, muitos criticam, outras não entendem,
aqui estão algumas razões desse amor ser tão forte, o porquê é meio complicado
de explicar, mas precisava de alguma falar o significado que o Gloria tem em
minha vida, e tenho certeza que não apenas na minha vida, mas na vida de muitas
pessoas.