terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Um pouco mais de mim


Era uma vez uma menina, de 14/15 anos que achava que sabia muito da vida, mas que na verdade não sabia era nada, uma menina que cresceu que aprendeu muitas coisas e por isso sabe hoje que ainda tem MUITO pra aprender. Uma menina que tinha alguns sonhos escondidos, guardados num lugar que poderiam ficar guardados a vida toda, ou tornar-los realidade, mas essa menina não tinha noção alguma que poderia tornar aqueles sonhos realidade e então deixava eles lá, num cantinho do coração, guardados, ás vezes “mexia” neles, lembrava deles, mas logo depois pensava “é só um sonho”.
Então essa menina conheceu algumas bandas, não apenas uma, e essas bandas entre seu principal “discurso” está lutar pelos seus sonhos, e ela foi se encantando cada dia mais, essas bandas foram conquistando o coração daquele menina que usava seu coração para “esconder sonhos”.
Eis que além de escutar as músicas de uma dessas bandas, a menina passou a se interessar mais pela história da mesma e essa banda se tornou a principal banda quando o assunto era ter ídolos, essa menina começou a entender o significado da palavra ídolo, começou a correr atrás de conseguir mesmo que por segundo chegar mais perto desses ídolos. E esses ídolos, esses ídolos se mostravam pessoas “normais”. Como esquecer da primeira vez que um “ídolo” falou com você? Ta certo, não foi um “falar” foi uma simples reply no twitter, mas quem é fã, quem é fã sabe o valor que isso tem e aquele “boa tarde” jamais será esquecido, aquele “boa tarde” que causou um misto de sentimentos tão bons, que encheu um coração de alegria e que engrandeceu ainda mais a vontade de conhecer essa banda.
E a vontade de ajudar, de se tornar parte das conquistas cresceu ainda mais e foi tomando proporções inimagináveis, e foi ficando tão grande que tudo feito parecia pouco, então pela primeira vez na vida chegou a hora de assumir uma grande responsabilidade, uma responsabilidade que na época dava medo, perguntas, incertezas, duvidas, mas ai o discurso de “não desistir dos sonhos” teve ainda mais sentindo e o sonho de ajudar a banda que você mais ama se transformou em um fc.
Ai ainda mais essa menina aprendeu a lidar com preconceito de outros fãs “mais antigos” preconceito de pessoas que achavam que ter um fc era coisa de “gente desocupada” só que também aprendeu a passar por cima dessas criticas, aprendeu a valorizar apenas criticas construtivas. Claro que magoas, sentimentos ruins quando alguém critica são inevitáveis de sentir, mas isso logo vai embora,e quando a critica é construtiva você aprende a dar valor, ver se “esta certo ou errado” e até a voltar atrás em decisões.
            Eis que o grande momento, o momento de tornar um sonho realidade chega, e chega junto dele a decepção, decepção de não ter ajudado a realizar outro sonho, que era ganhar um importante e merecido prêmio. No dia anterior ao show, 90% de chances de não realizar o sonho de ir a um show, apesar de estar tudo quase certo de conseguir dar um abraço naqueles que se tornaram responsáveis pelas conquistas dessa menina. O desanimo tomou conta, um show que foi tão sonhado, que tanto foi falado, aconteceria “perto” e eu não poderia ir? Mas a noite, um dia antes veio a decepção, decepção da perda de um prêmio que muito votei que muito sonhei e pedi para que outras pessoas ajudassem a realizar. O prêmio que por um mês disse que seria comemorado no show do dia seguinte, show esse que eu naquele momento achava que não iria.
            13h do dia do show, um telefonema que muda tudo, com pouco dinheiro e sabendo apenas como ir para Porto Alegre decido junto com amigo e na época vice-presidente do fc arriscar. E naquele dias as coisas também deram erradas, atrasos, e coisas fora do previsto aconteceram, confesso que diante de tanta coisa dando errada o medo se tornou maior ainda. Mas seguindo o que aprendi a acreditar, dando “asas aos meus sonhos” fui pra uma cidade até então desconhecida, sem que meu pai sonhasse com aquilo, e com um “falso roteiro” do que faria lá, falso, porque para minha vó e mãe que eram as única pessoas que sabiam que eu iria para um show em Porto Alegre, eu sabia exatamente onde ir, onde ficar e como voltar pra casa... Pois é.... Me perdi em porto alegre, viu coisas que nem imaginava, mas cheguei ao lugar do show, ansiedade tomava conta de mim, poxa veria de perto os meus ídolos, meu primeiro show, e ainda com a falsa promessa de camarim ao final do evento. O show terminou, horas na fila esperando para conseguir um abraço, eu não queria fotos, eu só queria um abraço e tentar falar um pouco da importância que tinham em minha vida. Mas ao final da fila o que eu vi foram risos, risos de pessoas que não sabiam quem nós éramos, de pessoas que acharam engraçado o fato de três crianças (três porque uma amiga do meu amigo se juntou a gente e crianças porque sim tinhas uma mentalidade de uma criança) estarem em porto alegre, no meio do nada, esperando por horas pra ver cinco meninos, que eles não sabiam mas que pra mim tinham extrema importância em minha vida. Liberaram a entrada do camarim quando não existia mais ninguém lá dentro e então entendi o porquê dos risos.
            Mas coisas boas tinham acontecido, eu tinha visto de perto aqueles que muito a tempos já significaram em minha vida, eu PRECISAVA daquele show, precisava liberar a energia que estava presa em mim, e a emoção sentida, jamais imaginava existir e não existem palavras que descrevem. Mas ás vezes fãs tem sorte né? E eu tive. Vi de perto parte da banda que me ensinou a sonhar, nunca vou me esquecer do sorriso e PRINCIPALMENTE do abraço de cada um! Naquele momento conheci Peres e Elliot que só comprovaram o que eu achava deles, pessoas maravilhosas, simpáticas e que trataram bem aqueles pirralhos.
            Sem saber pra onde ir decidimos sair do local do show e então algum tempo depois eu tive de presente o abraço de outro ídolo, aquele que uma vez deu “boa tarde, tudo bem?” pra menina do começo dessa história. E sabem o que eu descobri? Que o meus sonhos eles cada dia mais se tornariam reais, o sonho do abraço de concretizou e abraçando ele pela primeira vez, eu senti aquele mesmo sentimento da primeira vez que “falou” comigo.
            Show perfeito e hora de seguir em frente chegou, mais coisas inesperadas vieram e vieram também a alegria de poder ver os meus “guris” tocando no festival que pra mim era o mais importante, antes disso tive que fazer coisa que não queria, tive que sair de onde eu morava, enfim mudar a vida radicalmente. Com 17 anos descobri que a pior coisa é trabalhar fazendo algo que odeia, mas valeria a pena? Sim valeria, era pra ver   mais uma vez aqueles meninos. E trabalhar no que não gosta, mas sem baixar a cabeça, foi o que fiz, vergonha? A gente não pode ter do passado, ‘muita merda eu ouvi’ mas eu cheguei onde queria, consegui o meu objetivo “em partes” e depois disso já com 18 comecei a realização de um sonho na época, que era cursar a faculdade no qual eu sonhava em ter. Em outra cidade, trabalhando, estudando, sem tempo pra nada e sem internet, como fazer com a primeira responsabilidade que eu tinha na vida? Com muita culpa, deixei nas mãos de um amigo importante e me atualizava e tentava atualizar o fc algumas vezes no mês, aquilo doía, doía muito, era como se eu não tivesse cuidando de um filho meu, e talvez é isso que eu sinta em relação ao rock sul, como se fosse um filho meu.
            Sempre lutando, sendo “guerreira” que pra mim é isso, lutar pelo que se acredita, lutar para tornar os sonhos reais, consegui finalmente e internet, consegui finalmente voltar a atualizar todos os dias e não uma vez na semana, comecei a me sentir “útil” novamente. Mas ai, ele não era a minha única responsabilidade, com ele tinha faculdade, tinha trabalho que não era pouco. Afinal com 18 anos, assumir responsabilidade de “adulto” não é pra nada fácil, mas aquele minha primeira responsabilidade me guiou a fazer o certo, e eu acho que deu certo né? Afinal sigo no mesmo caminho.
            Um tempo passou e eu continuei buscando a realização de sonhos, sonhos pequenos e grandes, em relação a banda ou não. Como é bom fechar os olhos e lembrar de coisas como, rock in rio, e também de shows no RS. Falando em shows no RS, em 2011 aquele primeiro sonho, de abraçar meus ídolos se tornou completo, conheci todos, mas não abracei um, tirei a foto e pude comprovar que uma foto não significa nada, que um abraço é muito mais importante e com toda certeza do mundo, se me perguntarem o que eu quero escolho um abraço, pois esse momento não fica guardado pra outras pessoas verem, mas fica guardado no coração pra você sentir, pra você fechar os olhos quando tudo parecer sem saída, lembrar com carinho daquele momento, erguer a cabeça e pensar “Eu realizei esse sonho que achava impossível, pra quem luta por um sonho não existe o impossível”.
            Mas as pessoas crescem, elas mudam e com elas alguns daqueles sonhos também se modificam. E foi o que aconteceu, eu percebi que aquele “sonho profissional” já não era o mesmo, que aquela vontade tinha ido embora com o tempo, e depois de muito pensar, de muitas músicas ouvir, e seguindo o que a seguinte letra diz “Acreditar, sonhar , viver, a vitória só depende de você. Acreditar que pode ser, sua história é escrita por você” eu tive coragem pra admitir que meu sonho era outro, tranquei no penúltimo semestre uma faculdade, fiz o que pra muitos foi a maior loucura da minha vida até então, e hoje, sabe o que eu sou? Eu sou feliz com a escolha que fiz, se eu posso escrever a minha história, eu vou escrever ela do meu jeito, da minha maneira, sem me importar pro que os outros vão dizer.
            Acho que todos perceberam que eu sou a menina do começo da história e também que a banda que falo aqui é o Gloria, talvez eu não consiga explicar o porquê estou escrevendo isso, talvez vocês não entendam o porque disso, talvez nem eu mesma entenda, mas eu precisava escrever isso. Muitos me perguntam o porque desse amor, muitos criticam, outras não entendem, aqui estão algumas razões desse amor ser tão forte, o porquê é meio complicado de explicar, mas precisava de alguma falar o significado que o Gloria tem em minha vida, e tenho certeza que não apenas na minha vida, mas na vida de muitas pessoas.